MONÓLOGO DE LÚCIFER

DIOGO GUINHO

Com o atual nível de consciência, conhecimento e compreensão da vida posso relatar minha história. A querida escritora Louise Hay diz que os bebês são perfeitos e se comportam como se soubessem disso. Os bebês não sentem culpa e nem vergonha de mostrar seus verdadeiros sentimentos. Berram, choram e dão boas risadas sem se preocupar com o que vão falar ou pensar dele. Eu, você e cada um de nós fomos assim! Nós éramos autênticos e puros em nossos sentimentos, emoções e reações!A forma como fui tratado pelos adultos quando era criança, criou em mim um sistema de crenças e padrões de pensamento que passaram a reger minha vida. Essas crenças atraiam experiências de acordo com elas. Por exemplo: escutava que eu era “burro” e incapaz, então essa crença atraia experiências que me faziam realmente crer que eu era “burro”.
Ignorante das verdades que hoje me libertaram, vivia cheio de ódio em meu coração! Ódio de mim mesmo, ódio de Deus, ódio de meu pai e de minha mãe, ódio da vida e de tudo. E esse sentimento me trazia um horrível sentimento de culpa!
Era tanto ódio no coração que eu me sentia o próprio “diabo”! Sentir ódio de Deus e dos familiares era um pecado imperdoável! Mas tudo isso era ignorância, isto é, falta de conhecimento das verdades que hoje conheço!
Por fora eu tentava manter as aparências e ter uma vida relativamente normal. Por dentro eu vivia no inferno da cuilpa, do medo, do ressentimento e de outras coisas ruins.
Tentava manter as aparências, ser “boa pinta”, “o senhor cara legal”, a figura do filho bonzinho e correto da família. Mas tudo isso era máscara.
Claro que algumas vezes era eu de verdade; outras vezes, era apenas um personagem para agradar a todos em casa.
Mas quero dizer algo muito importante: CADA UM ESTÁ FAZENDO O MELHOR QUE PODE, SEGUNDO SEU NIVEL DE CONSCIÊNCIA, CONHECIMENTO E COMPREENSÃO DA VIDA!
Esta frase gera compreensão, que por sua vez gera compaixão e perdão!
Ano de 1997. Eu sonhava ingressar numa igreja que eu amei com toda minha alma! A igreja era no Rio de Janeiro, mas eu tive que me mudar para outra cidade com meus familiares. Essa mudança soou para mim como algo do tipo: “você é um idiota! Não vê que você depende de todo mundo para tudo e que eles é quem mandam na sua vida”?
Carreguei um ódio, uma revolta, um ressentimento muito grande contra minha família, contra Deus, contra mim mesmo e contra a vida!
Me senti no inferno por muito tempo, mas tentava manter as aparências e tocar a vida pra frente.
Em junho de 2009 conheci numa sala de bate papo espírita uma galera super do bem! André Martinez, Maria da Conceição Martins, Cristina Mamanna Carminholi, Katia e dezenas de outras pessoas lindas! E desde aquele dia só conheci pessoas que me fazem ser uma pessoa melhor a cada dia! Sinto imensa gratidão a Deus por ter colocado cada uma dessas pessoas em minha vida!
Foi aí que deixei de ser aquele “diabo” cheio de ódio para ser Lúcifer, que significa Portador da Luz. Portador da Luz de Jesus! Agora que conheço tanta coisa que aprendi nos livros e com o que meus corações amados me ensinam, posso levar a Divina Luz por onde passar!
Cada um de nós é “Lúcifer”, pois somos todos portadores da Luz de Deus! E como Jesus disse: “Brilhe vossa luz, diante dos homens para que eles glorifiquem a Deus, vosso Pai”!
O Amor de Deus é irresistível, que não o aceita pelo amor aceita pela dor. Um dia o sofrimento cansa, o orgulho afrouxa e a gente se rende aos pés do Pai das Misericórdias!  

Diogo Guinho