ELA

Ela passeou por dentro de almas,as carregava em seu colo,com cuidado travava suas chagas.

Reconheceu algumas almas amigas...antigas...famintas de seu amor.

Olhava enxergando a sua posição,mas via a direção do olhar de quem ali estava se dividindo entre,fuga e confiança...desespero e esperança.

Dava as mãos...suas brancas e delicadas mãos...as dava a quem passava,sem perceber que deixava junto fragmentos de seu coração.

Abria a boca com palavras de otimismo ,doces...as mesmas palavras que saiam queimando,e rasgando o peito.Quando não era por justiça,era por caridade,ela tinha um brilho nos olhos,que repelia toda e qualquer maldade...

Mas logo se foi,escolheu ir...cansou,ou já não era ela quem via ali.

Abriu mão das almas...das lágrimas...dos sorrisos, que receberam os fragmentos de seu ser...esqueceu que tbm era nosso diário viver.

A cada um sobrou a sorte da vida que puder ou quiser levar,a ela sobrou o que?...Viveu,sentiu o que?...

Talvez sejam gritos calados,abafados nos poucos sorrisos que ela distribuia, ou nas fases do seu dia sempre longo,mas sempre grato,sempre inconstante,sempre na caridade trabalhado.

Você tá escolhendo partir,eu escolhi desapegar...

Assim ela foi embora,assim eu fiquei a me questionar.

Alguma vez foi real sua presença,ou sempre foi uma máscara...um tipo de sacramento.Seu compromisso são com vidas ou com as palavras que não foram lançadas ao vento?...E quanto a nos,que de sua luz enxergavamos menos trevas...ficamos no escuro,sozinhos e sem pressa.

(Mah)